quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

No one loves me, neither do I

NO ONE LOVES ME, NEITHER DO I

(Them Crooked Vultures)

Take a song from the first time you made me introduce them
She was looking, her mind just oblique
She called me baby, and was a mean lady with the song on the radio
So I told her I was rich, then she asked could I use a dirty bitch (of course)

Then she said, No one loves me... neither do I
You get what you give,
And give goodbye
and if I should vanish
Don't get caught off guard
Don't hold it against me
Unless it gets her

Well if sex is a weapon, then smash, boom, pow,
How do you like me now?
You can't always do it right, you can always do what's left
So I told her I was trash, she wait til after and said I already know...
I've got a beautiful place to put your face and she was right,

And I said, no one loves me... neither do I
It makes perfect sense,
So I heard her ask why?
I've got tomorrow
Cuz life doesn't wait
You can keep your soul
I don't wanna soul mate

Cutting her loose, I'm ready to go
People in the world, your gonna lose control
Cutting her loose, I'm ready to go
People in the world, your gonna lose control
Cutting her loose, I'm ready to go
People in the world, your gonna lose control
Cut me a noose, I'm ready to go
People in the world, your gonna lose

I know how to burn with passion
Hope nothing backfolds future ration
Give all you are, to not make haste
Save our revery, single taste
You get... cut

I know how to be controlled
Do what they said so, what your told
Quick to react, to break the box
Turn on queue, as your cell door locks
Behind you

I know how to be lost in lust
Not because you should, but because you must
It burns white hot, and so climbs the mile
This lightening strike isn't always cut
So use me up
Use me up

Para jamais me esquecer...

Eclesiastes 1

1 ¶ Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém.
2 Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.
3 Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?
4 ¶ Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.
5 Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu.
6 O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos.
7 Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr.
8 Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir.
9 ¶ O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.
10 Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós.
11 Já não há lembrança das coisas que precederam, e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, entre os que hão de vir depois.
12 ¶ Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém.
13 E apliquei o meu coração a esquadrinhar, e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; esta enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens, para nela os exercitar.
14 Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito.
15 Aquilo que é torto não se pode endireitar; aquilo que falta não se pode calcular.
16 Falei eu com o meu coração, dizendo: Eis que eu me engrandeci, e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em Jerusalém; e o meu coração contemplou abundantemente a sabedoria e o conhecimento.
17 E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras, e vim a saber que também isto era aflição de espírito.
18 Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.

O Funeral de um Lavrador

À parte de qualquer pretensão poética ou política, sinto alguma proximidade da letra da música 'Funeral de um Lavrador", de Chico Buarque (novamente) e de João Cabral de Melo Neto, com os constantes desabafos descontentes dos colegas servidores da instituição onde trabalho.

Funeral de um Lavrador
Composição: Chico Buarque de Hollanda / João Cabral de Mello Neto

"Esta cova em que estás com palmos medida / É a conta menor que tiraste em vida / É de bom tamanho nem largo nem fundo / É a parte que te cabe deste latifúndio / Não é cova grande, é cova medida / É a terra que querias ver dividida / É uma cova grande pra teu pouco defunto / Mas estás mais ancho que estavas no mundo / É uma cova grande pra teu defunto parco / Porém mais que no mundo te sentirás largo / É uma cova grande pra tua carne pouca / Mas a terra dada, não se abre a boca / É a conta menor que tiraste em vida / É a parte que te cabe deste latifúndio / É a terra que querias ver dividida / Estarás mais ancho que estavas no mundo /Mas a terra dada, não se abre a boca."

Nossa situação é imensamente melhor que a grande maioria dos demais 'lavradores' de tantas outras 'terras'. Contudo, a discrepância de conduta de nossos administradores no gerir de seus recursos humanos é nauseante entre muitos de seus servidores, eufemismo apropriado para servos ou serviçais. Impressiona ver como o homem é relativista em sua natureza, eminentemente econômica, em meu entender. Não atém-se a seu prato, e sim com sua porção em face do todo. Não me excluo desta perspectiva, conquanto o que mais me incomode seja a conotação de justiça que permeie este meio. Preocupa-me ainda mais o que nos resta como terra dada, da qual "não se abre a boca".

Se Chico Buarque não existisse, precisaríamos inventá-lo.

Conquanto eu pensasse ser de origem cartesiana, o dizer "Se Deus não existisse, precisaríamos inventa-lo", descobri que se trata de uma "citação da Epístola ao Autor dos Três Impostores, de Voltaire" [http://erikabet.blogspot.com/2008/04/se-deus-no-existisse-precisaramos.html].

Parafraseando o nobre crítico francês de outrora, se Chico Buarque não exisitisse, seria preciso inventá-lo. Não. Não o comparo a Deus. Nem a deus algum também. Minha pretensa colocação se refere a Chico como obra, como conteúdo que, mui humildemente, relevo a importância de sua produção ao mais alto patamar filosófico, humanístico, político e outros ico's a mais.

Em meio ao desconforto temporário da sala onde presto expediente, que se encontra em reforma, e também esquivando-me de ondas sonoras humanas tão pouco producentes, tenho me isolado em um fone de ouvido regado ao compositor Buarque. Ao ouvir pela infinitésima vez 'O Que Será (à Flora da Pele)', em uma versão 'ao vivo', não me contive em reproduzir as palavras por ele cantadas:

"O que será que me dá, que me bole por dentro, será que me dá, que brota à flor da pele, será que me dá, e que me sobe às faces e me faz corar, e que me salta aos olhos a me atraiçoar, e que me aperta o peito e me faz confessar, o que não tem mais jeito de dissimular, e que nem é direito ninguém recusar, e que me faz mendigo, me faz implorar, o que não tem medida, nem nunca terá, o que não tem remédio nem nunca terá, o que não tem receita.

O que será que será, que dá dentro da gente e que não devia, que desacata a gente, que é revelia, que é feito uma aguardente que não sacia, que é feito estar doente de uma folia, que nem dez mandamentos vão conciliar, nem todos os unguentos vão aliviar, nem todos os quebrantos, toda a alquimia, que nem todos os santos, será que será, o que não tem descanso, nem nunca terá, o que não tem cansaço, nem nunca terá, o que não tem limite.

O que será que me dá, que me queima por dentro, será que me dá, que me pertuba o sono, será que me dá, que todos os ardores me vêm atiçar, que todos os tremores me vêm agitar, que todos os suores me vêm encharcar, que todos os meus nervos estão a rogar, que todos os meus órgãos estão a clamar, e uma aflição medonha me faz implorar, o que não tem vergonha, nem nunca terá, o que não tem governo, nem nunca terá, o que não tem juízo..."

Agora, dá para imaginar o desconforto de quem vive a descrição de acima?

Sem Chico Buarque, a vida de quem pensa, sente e sofre estaria incompleta.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sobre as "Pulseiras do Sexo"

Seguindo conselho de Walter, reproduzo um texto por mim produzido como resposta a um tópico que tratava das supostas "pulseiras do sexo':

– Quantos e quantos não 'copiam' o que ocorre ao seu redor apenas para não serem desqualificados de popularidade. Entendo que este caso é apenas mais uma manifestação do sintomático desvirtuamento de valores relativos à dignidade humana, como depreendi das palavras de Thaysa. Não se esqueçam do poder exercido, por exemplo, pela rede globo de televisão nas últimas décadas, definindo os padrões de comportamento e de consumo. Para quem não pôde ver em tempo real, lembro apenas que Xuxa educou toda uma geração com ideias obcessivas, tais como alourear os cabelos e usar microssaias, entre outras 'tendências de moda'. Não me acusem de hipocrisia, pois não estou dizendo que viro o rosto quando me deparo com tais imagens. Acredito, muito embora, que essa não é a educação que quero dar à minha filha, no sentido de permitir que suas opções sejam pautadas por um veículo manipulador que vislumbra apenas sua própria recompensa. Seja nudismo ou 'burquianismo', entendo que devemos ser educados para discernir o que seja ou não degradante para nós mesmos, para nossos valores essenciais. Se Sofia assim quiser se portar, devo respeito às suas escolhas, mas não posso me eximir de ampliar seus horizontes para que ela não recaia por negligência parental nessa vala comum, podre de amoralidade. Big Brothers e Fazendas, entre outros programas 'inocentes', apenas proliferam massificadamente o abandono do próprio respeito em detrimento de 'prêmios' momentâneos, embora suntuosos, e uma popularidade efêmera e banal. O pior ainda virá...